domingo, 17 de maio de 2009

A minha vaga,vida..

Eu fui lá.
Ela me chamou aí eu fui lá.
Foi um convite fácil, mas solene, charmoso ao êxtase do desejo.
Faltou tempo,faltou ar, faltou palavras para tal convite...mas fui.
Os meus olhos fitados no leito curvado, nos alhos com fome, na boca seca por tanta cede e eu suspirando fundo.
Nunca mais verei a chuva banalmente, ela foi o cenário usado em teatro-tragédia e estremeceu somente meu palco, não havia platéia...
Não posso acreditar que conheci o amor assim...onde foram parar os românticos poétas?
Eu tenho medo de falar do amor.
Um dia ouvi Ferreira Gullar dizer que se ama até doer, para assim amar-se completamente.
Se amor for dor e desejo, me desculpe Gullar, o amor é fúlteo e despresível.
Eu abro mão.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Se hoje fosse Outono..

Com essa tal dimensão de céu,hoje sei que seria um dia daqueles de ver os jardins mais coloridos em comparação aos outros.
A manhã cheirando a vinho do porto convida assim a noite para uma ciranda com nuvens pálidas.
Vamos todos ver as ondas douradas,sentir o ar que vem lá do horizonte verde.Vamos marcar árvores,cantarolar sonetos,estralar palmas e poemas.
Vamos...
Aproveitar o dia,amanhã não se conta,não existe.
Hoje somos pássaros ao vento,"amanhã" raízes codificadas,e eu só lamento,porque se hoje fosse outono...
não estaria só ao vento.

domingo, 10 de maio de 2009

Bilhete

Eu sonhei com você nas primeiras horas de Maio,você no meu colo rosado procurando um lugar quentinho e encontrando no meu lado esquerdo.
Ainda sinto os teus cabelos macios no meu ombro,ainda vou lembrar dos teus olhos tão perto,tão focados nos meus que te observavam bem atentos.
Você perguntou do meu vício e eu neguei,sinto que não estava preparada para ouvir uma confirmação que certamente já era prevista.
Não recordo nenhum diálogo à mais ,só lembro da minha enorme vontade contraída de inverter as polaridades e adormecer no teu colo de mãe-amiga especial.


(À Lulih Rojanski)

sábado, 2 de maio de 2009

Bilhete

Do fundo do meu quarto escrevo um verso na vertical pensando no modo de te dizer que a vida acaba antes do final,que nossos rumos são cada vez mais certos e unificados,que de uma só vez eu tive a certeza de nunca procurar a tampa da minha caixinha de versos,e nem ir atraz da razão da felicidade porque encontrei você e de certo serei feliz enquanto lembrar do seu sorrizo de menina e do seu olhar de raposa madura.



(À minha menina)

sábado, 25 de abril de 2009

Antagônico


O anoitecer cálido favorece o engano,a fraqueza do meu corpo.
Quando dia,reina calmaria remota e desatino nos olhos de cor-de-fogo.
Sou eu,você e tantos outros.
Descoberto por outros e agora por mim,como o trajeto é fugaz.
E simples,é breve,como um beijo teu,tão menos vibrante.Fragilidade não se corrige,se extingue de nós.
De você e eu
Vou lá no teu recinto ditar como é,como tem que ser.Tirar a tua cara lavada do sério,sem nenhum toque,nenhuma palavra,pois assim me defendo do seu itinerário.
E só assim
daí para sempre viverei bem,mas saberei que o horizonte se afastará do meu olhar triste e sozinho.




(A Eduardo & Mônica)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Traga-me. (parte 3)


Com tudo e com firme palavrão a qualquer preço ouço e não entendo nada.É fugitiva todas as palavras ditas,foram todas para o fim do livro que planejamos escrever juntos.Antes era minha vida uma história sem meio e "fim" ,agora somente sei do meu eu.
Enfim,
o caminho é simplesmente sem qualquer conteúdo,à tempos quero saber que 'Diabos' faço aqui,o porquê de tantas partidas sem despedidas errantes que me espantam o choro seco e vergonhoso da minha companheira.Pois saíbam preciosos leitores,meu "anjo da guarda" se trata de uma mulher,ou menina,na verdade ainda nem sei afirmar,mas garanto que é anja!
De certo se sente cansada diante da missão de me guiar aos caminhos prósperos da vida.Não será fácil me levar ao que é certo.Áfinal penso que a esta instância da minha vida todos os meus quereres são considerados imoraes e ilegais.
Para ajudar a caminhada te ofereço um gole da minha bebida e um trago da minha vida.Relaxe para ver colorido das minhas madrugadas,vai ter sempre um lugar aqui mocinha,mas garanto que vai estar sujeita à várias cenas "imoraes" e "ilegais".Permita-se.

Então,
as mentiras sinceras ditas por Cazuza me me interessam também,como as palavras ditas por todos nós que somamos hoje isso que chamamos de sociedade.É tudo marginal,são todos à márgem do verídico glacial,aquele que nos obriga.Concordo que temos que provar os erros,mas não se limpa a sujeira deixada,e por isso o medo está aí.
E para onde eu tô indo?
Que caminho estamos seguindo,eu tô indo.
Eu procuro o por quê..
Buscar a intensidade da vida não será um ato admirável.Escrevo com uma pausa,que me custa o olho da cara!
Erro,grito,choro,estico,amanheço escrevendo e ainda sim me pergunto.
Eu não sei para quem escrevo.Mas só quero pôr para fora,escândalizar a angústia.Divido essa intriga com a moça da voz bonita(Adriana Calcanhoto),ela me cala e me ouve calada,só diz quando canta.
Ah... eu quero isso,me escultem e calem a boca para eu ver se o meu samba cola neste festival de rock roll,porque no rock roll não há dor.Ou então me calem de vez com seus intrumentos moços e moças.E não me digam que existe drama em meu teatro!

Me digam...

bem,me digam.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Poema pornô para a Aline.

Extremidades..

Durante a juventude do claro dia sombrio
a tristeza de um átomo solitário faz um vazio
Oh escuridão que vem de dentro do horizonte.
Porque já vai? né?

Os dias de chuva são os piores,
pois neles a vúlva cabeluda das nuvens some...
e assim se torna grande o vazio que vem do pobre átomo.
né?

mas o desejo cintilante que o poney abandonado faz é
que a alegria Penetre no ânus da Solidão... que solidão
né?

e as curvas do humor mundial sao como peitos, e que peitos.
não olhe novamente, apenas cheire, o pó do mal humor

timata...
né?


(por Paulo Robert)